domingo, 10 de noviembre de 2019

Encántame, no mencer
Baixar até as escaleiras
O olore a café
Que fai miña nai
Que anque sean as 6.
Xa està esperta,
Lendo,
Mentres chirría
a cafeteteira italiana
Bicos e sorrisos
Na mañanciña
Eu despaciño sorbo
Ese café morno
Agarrada das mans fortes
Que me dan vida
E que nos unen
Nun fio invisible
Que nunca se poderá romper.

lunes, 26 de noviembre de 2012

demência

Iste é o ponto exacto das horas, no que me fico ao margem de todo, e transcorrem por mim a veleidade dos acontecimentos passados, e trás a linha do tempo disponho as cartas conclusas que concertan a solução perfeita dos destinos fináis dos caminhos da minha vida que se perdem e se enlaçam...e deixam ver de vez em quando uma brisa lonxana..E fico-me imóvel no canto de decidir se viver no presente ou reflexarme no passado esperando sin máis que alguém recupere a minha alma perdida...

lunes, 5 de noviembre de 2012

Saudade do meu...
saudade...
saudade da minha infância...
saudade...
saudade da brincadeira...
saudade...
do recreio,
saudade...
das desaveças, saudade
da merendinha...saudade
da escola, saudade,
Hoje, mudaron moitas coisas, e outra trajetória...imbativèl.
¡saudade!

miércoles, 24 de octubre de 2012


Explorando esses materiais na perspectiva do tempo, é possí-
vel recompor peça por peça as linhas principais do mosaico da sua
própria epopeia, do seu autorretrato moral, mas também das circunstâncias mais destacadas da sua vida.

martes, 26 de junio de 2012


Quando a imensidade das sombras
se acercar de mim promete que dirás
que fui com as aves matinais
pernoitar à boca das marés em busca
do sulco da lua pelas noites dentro.
Diz as coisas mais banais.
O que quiseres. Diz.
Nunca te faltam as palavras
para enganar as sombras.

Graça Pires


sábado, 12 de mayo de 2012

As palavras penetram o espaço e o tempo. 
Amadurecem em papel de seda,
manipulando a cor, ateando o silêncio,
incendiando as cinzas, anunciando a luz.
As palavras andam por aí
como se fosse a vez primeira:
solitariamente manejando a noite.
E desnudam-me. Dançam no meu corpo.
Cobrem-no de malícia.
Tatuam em minha testa o tom das tangerinas
para que o seu sumo me escorra pela cara até à boca.

Graça Pires

domingo, 29 de abril de 2012

«Ah, tudo é símbolo e analogia!
O vento que passa, a noite que esfria
São outra cousa que a noite e o vento —
Sombras de vida e de pensamento.
Tudo que vemos é outra cousa.
A maré vasta, a maré ansiosa,
É o eco de outra maré que está
Onde é real o mundo que há.
Tudo que temos é esquecimento.
A noite fria, o passar do vento
São sombras de mãos cujos gestos são
A ilusão mãe desta ilusão.

                             
Tudo transcende tudo
E é mais real e menos do que é. »