jueves, 29 de diciembre de 2011

¡faisca!


As agulhas do relógio deixaram de estar ausentes.
Esquecida na letargia lembrança, acúmulo de pó talvez;
Como se de uma máquina, mau ensamblada, me tratasse;
Rompeu o azar a monotonia de minha passageira realidade;
Eclodindo ese ovo duro que é meu coração...
fez chispas que puseram em marcha todo o meu engranagem;
Abri os olhos coa primeira faisca e comecei de novo a ver.
¡Faisca! Levantei primeiro uma perna, depois a outra também.
¡Faisca! Erguinme pousado e comecei a andar outra vez.
Meu corpo de títere cansado, restaurou o equilíbrio aquele;
que tão sentido e ausente, estava nun caixote de mel.

barbárie


En todas as superficies estiven xa sentado.
Á semellanza do po fatigado,
durmín sobre os espelhos
e sobre os vitrais;
todas as cousas toman algo de min.
Ningunha me dá nada, aldelgazo e parezo case uma sombra.

"A sombra" Así falou Zarathustra.

miércoles, 28 de diciembre de 2011

prazenteiro ou prazeiroso

El Aura, Antonio Machado


Amada, el aura dice
tu pura veste blanca…
No te verán mis ojos;
¡mi corazón te aguarda!

El viento me ha traído
tu nombre en la mañana;
el eco de tus pasos
repite la montaña…
no te verán mis ojos;
¡mi corazón te aguarda!

En las sombrías torres
repican las campanas…
No te verán mis ojos;
¡mi corazón te aguarda!

Los golpes del martillo
dicen la negra caja;
y el sitio de la fosa,
los golpes de la azada…
No te verán mis ojos;
¡Mi corazón te aguarda!

domingo, 25 de diciembre de 2011

Reflexões para ser feliz

Os três acordos seguintes nascem, em realidade, do primeiro. O Segundo Acordo consiste em não te tomar nada pessoalmente. Suceda o que suceda a teu ao redor, não to tomes pessoalmente. Utilizando um exemplo anterior, se encontro-te na rua e digo-te: «¡Eh, és um estúpido!», sem conhecer-te, não me refiro a ti, senão a mim. Se tomas-to pessoalmente, talvez te aches que és um estúpido. Quiçá digas-te a ti mesmo: «¿Como o sabe? ¿Talvez é clarividente, ou é que todos podem ver o estúpido que sou?».Tomas-to pessoalmente porque estás de acordo com qualquer coisa que se diga. E tão cedo como estás de acordo, o veneno te percorre e te encontras atrapado no sonho do Inferno. O motivo de que estejas atrapado é o que chamamos «a importância pessoal» A importância pessoal, ou o tomar-se as coisas pessoalmente, é a expressão máxima do egoísmo, porque consideramos que tudo gira a nosso arredor. Durante o período de nossa educação (ou de nossa domesticación), Achamos que somos responsáveis de tudo. ¡Eu, eu, eu e sempre eu! Nada do que os demais fazem é por ti. Fazem-no por eles mesmos. Todos vivemos em nosso próprio sonho, em nossa própria mente; os demais estão num mundo completamente diferente daquele em que vive a cada um de nós. Quando nos tomamos pessoalmente o que alguém nos diz, supomos que sabe o que há em nosso mundo e tentamos lho impor acima do seu. Inclusive quando uma situação parece muito pessoal, por exemplo quando alguém te insulta directamente, isso não tem nada que ver contigo. O que essa pessoa diz, o que faz e as opiniões que expressa respondem aos acordos que estabeleceu em sua própria mente. Seu ponto de vista surge de toda a programación que recebeu durante sua domesticación. Se alguém te dá sua opinião e te diz: «¡Ouve: estás muito gordo!», não to tomes pessoalmente, porque a verdade é que se refere a seus próprios sentimentos, crenças e opiniões. Essa pessoa tentou enviar-te seu veneno, e se tomas-to pessoalmente, recolhe-lo e converte-se em teu.
Tomar-se as coisas pessoalmente converte-te numa presa fácil para esses depredadores...
Do mesmo modo, qualquer coisa que sintas ou faças não é mais que uma projecção de teu próprio sonho pessoal, um reflito de teus próprios acordos.
A mente também é capaz de se falar e se escutar a si mesma. Tua mente está dividida, igual que o está teu corpo. Do mesmo modo em que podes estrechar com uma mão tua outra mão e a sentir, a mente pode falar consigo mesma. Uma parte de tua mente fala e outra escuta.
Quando muitas partes de tua mente falam todas ao mesmo tempo, se origina um grande problema. A isto o chamamos mitote: a cada uma tem pensamentos e sentimentos diferentes; a cada uma tem um ponto de vista diferente. Todos os acordos que estabelecemos –a programación da mente– não são necessariamente compatibles entre si...A cada acordo é como um ser vivo independente; tem sua própria personalidade e sua própria voz. Há acordos incompatibles, que se contradizem os uns aos outros, e o conflito se vai estendendo até que estalla uma grande guerra na mente. O mitote é a razão pela que os seres humanos mal sabem o que querem, como o querem ou quando o querem. Não estão de acordo com eles mesmos porque umas partes da mente querem uma coisa e outras querem exactamente o contrário...
"Não te tomes nada pessoalmente porque, se o fazes, te expões a sofrer por nada. Os seres humanos somos adictos ao sofrimento em diferentes níveis e diferentes graus; apoiamos-nos os uns aos outros para manter este vício."
Lembrámos ajudar-nos mutuamente a sofrer. Se tens a necessidade de que te maltratem, será fácil que os demais o façam. Do mesmo modo, se estás com pessoas que precisam sofrer, algo em ti fará que as maltrates. É como se levassem um cartaz nas costas que dissesse: Patéame, faz favor». Pedem uma justificativa para seu sofrimento. Seu vício ao sofrimento não é mais que um acordo que reforçam a diário. Vás onde vás, encontrarás a gente que mentir-te-á, mas à medida que tua consciência se expanda, descobrirás que tu também te mentes a ti mesmo. . Não esperes que os demais te digam a verdade, porque eles também se mentem a si mesmos. Tens que confiar em ti e decidir se cries ou não o que alguém te diz.
Quando realmente vemos aos demais tal como são sem no-lo tomar pessoalmente, o que façam ou digam não nos dañará. Ainda que os demais mintam-te, não importa. Mentem-te porque têm medo. Têm medo de que descubras que não são perfeitos.
tirar-se a máscara social resulta doloroso. Se os demais dizem uma coisa, mas fazem outra e tu não prestas atenção a seus actos, te mentes a ti mesmo. Mas se és veraz contigo mesmo, poupar-te-ás muita dor emocional. Dizer-te a verdade quiçá resulte doloroso, mas não precisas te aterrorizar à dor. A cura está em caminho; que as coisas te vão melhor é só questão de tempo. Se alguém não te trata com amor nem respeito, que se afaste de ti é um presente. Se essa pessoa não se vai, o mais provável é que suportes muitos anos de sofrimento com ela. Que se marche quiçá resulte doloroso durante um tempo, mas finalmente teu coração sanará. Então, elegerás o que para valer queres.
Quando te acostumes a não te tomar nada pessoalmente, não precisarás depositar tua confiança no que façam ou digam os demais. Bastará com que confies em ti mesmo para eleger com responsabilidade...Nunca és responsável dos actos dos demais; só és responsável de ti mesmo. Quando compreendas isto, para valer, e te negues a te tomar as coisas pessoalmente, será muito difícil que os comentários insensibles ou os actos negligentes dos demais te firam....

F E R N A N D O P E S S O A

Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
Ou metade desse intervalo, porque também há vida...
Sou isso, enfim...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.